Adolescência e suas questões. Como a psicoterapia fenomenológica-existencial pode ajudar?
A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações — biológicas, cognitivas, sociais e existenciais. Nesse contexto, sentimentos de vazio, confusão e instabilidade emocional são comuns. No entanto, quando há persistência de tristeza, desesperança, perda de interesse e isolamento, isso pode indicar um transtorno depressivo.
Além de fatores biológicos e ambientais, há também aspectos existenciais importantes: o adolescente se depara com perguntas como “Quem sou eu?”, “Qual é o meu lugar no mundo?”, “O que esperam de mim?”. Quando essas questões não encontram espaço de escuta e elaboração, podem gerar angústia e desamparo.
Como a psicoterapia fenomenológica-existencial pode ajudar
A psicoterapia, especialmente numa abordagem fenomenológico-existencial, pode oferecer ao adolescente um espaço seguro de acolhimento e descoberta de sentido. Veja como:
1. Acolhimento da experiência sem julgamento
O terapeuta busca compreender como é para aquele adolescente viver o que vive, sem impor diagnósticos ou soluções imediatas. Isso favorece a confiança e a autenticidade.
2. Nomeação e compreensão da vivência
O jovem aprende a reconhecer e expressar seus sentimentos, em vez de apenas reagir a eles. Essa consciência fenomenológica reduz a confusão interna e abre espaço para escolhas mais livres.
3. Exploração de sentido e identidade
A terapia ajuda o adolescente a lidar com as questões existenciais — liberdade, responsabilidade, solidão, finitude — de modo a reconstruir o sentido da própria vida.
4. Fortalecimento da autonomia e da presença no mundo
Ao compreender suas possibilidades e limites, o adolescente pode se reconectar com seus projetos e relações de forma mais saudável.
5. Intervenções complementares
Em alguns casos, o trabalho psicoterápico ocorre em conjunto com acompanhamento psiquiátrico ou familiar, especialmente quando há sintomas graves (como ideação suicida ou retraimento extremo).
A psicoterapia oferece ao adolescente um espaço de encontro e sentido, onde ele pode compreender sua dor, integrar suas experiências e descobrir novas formas de existir no mundo.
Mais do que “tratar sintomas”, a terapia busca reconectar o jovem com sua própria possibilidade de viver.
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